Hoje aconteceu uma situação bastante interessante: estou visitando a cidade em que meu marido viveu, há 1000 km de distância isso significa diferenças de culturas bem evidentes e uma uma delas é que aqui as pessoas têm família mais cedo, dificilmente uma mulher beirando os 30 (que é o meu caso) ainda não tem filho e normalmente mais que um, na verdade próximo aos 30 elas já estão com os filhos crescidos. E todas as amigas também. enquanto euzinha, beirando a idade louvada por Balzac, recém estou pensando no assunto, e aqui, esse fato , me deixa triste, pois é como se além do fato de eu ser uma alienígena, me falta interesse e valorização à criação de uma família. E embora eu saiba que isso não procede, me corrói uma pontinha (até bem grande) de inveja dessas mulheres. Pois elas são criadas e educadas pra formarem família, suas amigas também, todas compartilham das descobertas e alegrias... enquanto eu passei quase 10 anos da minha vida buscando terminar a faculdade, estabilizar a vida financeira, ter no mínimo um plano de saúde. O que ainda acho certo, mas é como se eu mesma tivesse me privado disso até hoje, por um motivo meio besta, afinal essas moças têm filhos, têm casa, dificuldades e alegrias, mas têm uma família...
e outra: enquanto elas têm filhos cedo e se encontram na frente das casas, pra trocarem vivências com as amigas, eu vivo em uma cidade com pouquíssimas amigas, e essas poucas não se interessam por filhos, na verdade nem mesmo se interessam por maridos, por família, apenas precisam conseguir novos e melhores empregos, novos e melhores carros, novas e melhores formas de dependerem cada vez menos de homens...
Que perda.
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